MINHA HISTÓRIA DE AMOR - PARTE 1
O ano era 2002. Eu tinha 15 anos e vivia uma fase
um tanto quanto confusa na minha vida. Aliás, quem aqui não
viveu também não é?
Eu tinha acabado de descobrir o que era
"gostar de alguém" ou "não gostar nenhum pouco de alguém"!
Na verdade eu tinha acabado de dar o meu primeiro
beijo, uma experiência um tanto quanto traumática, mas que me fez sentir em um outro nível
da vida.
Na minha escola, nós
sempre participávamos de feiras culturais e eventos dos mais diversos. A escola era
enorme e sempre estava acontecendo algo.
Eu vivia um momento diferente. Eu sempre fui na
minha, extremamente caseira, um bicho do mato mesmo, mas naquela época eu me rebelei. A minha forma de mostrar essa rebeldia era ficar até mais tarde na escola, papeando e fofocando com os amigos. Às vezes eu nem avisava minha mãe e
isso causava alguns puxões (bem dados) de orelha.
Em um desses dias, eu estava com a minha melhor
amiga (até
hoje) e resolvemos ver o que estava sendo montado para a
feira cultural que iria acontecer. Assim que entramos no lugar nos deparamos
com um stand que foi montado para o audiovisual do evento. Lá estavam dois rapazes trabalhando e minha amiga me cutucou e disse:
- Ju, olha que gatinho aquele menino ali!
Eu olhei e concordei.
Perdemos um bom tempo ali, tentando chamar a atenção do gatinho, que não estava nem aí
para nós.
Com os passar dos dias eu comecei a
"encontrar" o tal menino pela escola. O via em uma sala de aula,
chegar na escola, o via pelas escadas...
Descobri que ele era aluno do noturno e por isso
eu só o encontrava naqueles dias de rebeldia, os dias que eu resolvia ficar
até mais tarde na escola.
Depois eu descobri que o nome dele era
"Marquinhos" pois um amigo meu estudava à noite também e o conhecia.
Eu passei a importunar a vida do pobre garoto!
Todos os dias eu dizia para meu amigo mandar beijos ao Marquinhos. E ele os
mandava!!!
Mas eu nunca troquei uma só palavra
com ele.
Um ano se passou. Com ele chegou o segundo
colegial e novos desafios na minha vida.
O primeiro deles foi conhecer alguns garotos que
eu cheguei a achar que seriam meus príncipes encantados!
Foi o ano em que eu me envolvi com certas pessoas
achando, ou não, que aquilo teria algum sentido para mim.
O Marquinhos ficou quase que esquecido...
Até
que uma bomba, literalmente (ou quase) explodiu!
Eu passei por uma trágica
experiência com um professor, que acabou
com a minha vida acadêmica. Eu realmente nunca fui uma
boa aluna (achava eu), mas aquele homem me feriu profundamente ao chamar a
minha mãe e dizer que eu já
havia provado para ele que não seria ninguém, que não
faria uma faculdade, que eu era uma péssima aluna (ele era
professor de física, matéria que até hoje
me causa ojeriza) e que ele ia me repetir de ano.
Além de ficar desesperada por saber que iria refazer o ano, que meus pais
teriam pagar tudo novamente, um alto e suado preço, eu
me senti totalmente humilhada e despedaçada.
Minha mãe, como uma leoa,
defendeu a cria com unhas e dentes (o professor foi convidado a se retirar da
escola depois de um tempo) e disse que nós encontraríamos uma solução.
Como eu não queria sair daquela
escola, pensamos em trocar o meu período de aula. A minha
rotina era extremamente estressante pois eu estudava de manhã e morando em outra cidade eu passava muito tempo entre ir e voltar da
escola, me cansava demais, em casa só queria dormir e tinha
dificuldade de me concentrar nas aulas.
Quem sabe estudando à noite eu voltava a dormir melhor, a me dedicar aos estudos?
A despedida da minha turma não foi
fácil. Eu cheguei a quase desistir e encarar a reprovação, mas tive muito apoio para me transferir para o noturno (o que eu
agradeço pois aqueles amigos que me deram forçam
continuam ao meu lado) então eu fui.
Com o jeitinho de "menina da manhã", toda de rosa e com um frio na barriga, eu cheguei na escola.
Era a mesma escola, mas ao mesmo tempo não era. O clima era
diferente! Mais maduro! A coordenadora me disse que era pra eu ter calma que
iria me acostumar, ali os alunos eram diferentes, e eu iria gostar! Perguntou
se eu conhecia alguém para ficar na sala e eu disse que sim!
- O Willian, meu amigo que também era da manhã!
- Ah sim, pois então,
vou lá
chamá-lo e assim que tocar o sinal ele te leva para a sala!
Beeeeeeee
E lá
fomos nós! Quando cheguei na porta tinham dois rapazes que só faltaram me engolir com os olhos! (Hoje um deles é meu irmão, de coração, que Deus escolheu para me dar aos 16 anos!!!)
Quando eu entrei vi uma amiga que também era da manhã
e fiquei muito feliz!
- Escolhi a sala certa!
Fui logo entrando e indo em direção a ela, ia me sentar entre ela e o Willian.
Quem eu vejo? Quem está lá, bem no "meu" lugar?
"Meu Deus! Marquinhos, é ele!
É ele!"
Aquele 2002 veio com tudo na cabeça, todos os meus "beijinhos para o Marquinhos"! Meu Deus que
vergonha!
O coração acelerou tanto que eu
não tive reação.
- Oi, tudo bem? Pode sentar aqui, perto deles!
"Ele falou comigo! Será que
ele sabe quem sou eu???"
- Willian, não vai me apresentar sua
amiga?
"Não, ele não lembra de mim, ufa!"
- Ela é a Juliana.
- Ah, oi Juliana! Você estudava
de manhã
não é?
"Jesus, ele lembra sim!"
E naquele dia eu fiquei com torcicolo de tanta
tensão para não mexer a cabeça e olhar para ele!

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